Migração e compra de energia: o que você precisa saber para contratar o Mercado Livre
Veja como migrar para o Mercado Livre e reduzir seus custos com energia elétrica aumentando a competitividade do seu negócio.
O Mercado Livre de Energia é um ambiente de negociação onde as empresas podem adquirir energia diretamente de comercializadoras ou geradoras, sem a intermediação das concessionárias locais. Esse sistema foi criado no Brasil na década de 90 com o objetivo de promover a competitividade e a eficiência no setor de energia elétrica.
Atualmente, para ingressar no Mercado Livre de Energia, é necessário ser uma pessoa jurídica, estar conectado em alta tensão e possuir no mínimo 500 kW de demanda contratada junto à distribuidora.
No entanto, a partir de 2024, todas as empresas em alta tensão poderão migrar para o Mercado Livre, independentemente de sua demanda, desde que sejam representadas por uma comercializadora varejista.
Ao optar pelo Mercado Livre de Energia, as empresas têm a possibilidade de escolher o mix energético que melhor atende às suas necessidades, podendo optar por fontes renováveis ou por fontes convencionais.
Além disso, ao negociar diretamente com as comercializadoras ou geradoras, as empresas podem obter preços mais competitivos e maior previsibilidade orçamentária, com reajustes previamente definidos em contrato.
É importante destacar que o Mercado Livre de Energia oferece transparência e segurança nas transações, com a regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). E ao longo deste texto, você entenderá como essa contratação pode ser feita.
Como realizar a migração?
Os passos para migrar para o Mercado Livre de Energia incluem
Verificar se a empresa atende aos requisitos mínimos
De acordo com as regras atuais, é necessário ser uma pessoa jurídica, estar conectado em alta tensão e possuir no mínimo 500 kW de demanda contratada junto à concessionária.
Analisar a vigência do contrato de energia regulada (CCEAR)
A empresa deve verificar a vigência de seu contrato de energia regulada para saber a partir de quando será possível migrar para o ambiente livre. Ainda, é importante destacar que é necessário solicitar à concessionária a não renovação automática desse contrato, com antecedência mínima de 180 dias do término da vigência.
Analisar a viabilidade da migração
É importante avaliar se a migração para o Mercado Livre de Energia é viável e se oferece vantagens em relação ao contrato de energia regulada.
Negociar e assinar o primeiro contrato de compra de energia livre
A empresa deve escolher a comercializadora adequada, levando em consideração a reputação da empresa, seus serviços e suporte ao cliente, além de comparar preços e condições de contratação.
Denunciar o contrato de energia regulada
Conforme já adiantado anteriormente, é necessário informar à concessionária local da opção pela não renovação automática do contrato de energia no ambiente regulado.
Realizar a adequação no sistema de medição e faturamento
A migração para o Mercado Livre de Energia requer adequações no sistema de medição e faturamento, pois, dessa forma, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) consegue monitorar a energia consumida e efetuar o processo de contabilização (comparação do consumo com os contratos).
Aderir à CCEE
Finalmente, para ingressar no Mercado Livre, na modalidade tradicional, também chamada de atacadista, é necessário efetuar a adesão à CCEE, onde o consumidor passa a ser considerado um agente na Câmara. No caso da modalidade varejista, o processo é um pouco mais simples, bastando que o consumidor esteja vinculado a uma comercializadora varejista habilitada.
Como obter bons resultados no Mercado Livre de Energia?
Análise da Situação da empresa
Para alcançar bons resultados, algumas ações são fundamentais. A primeira delas é a realização de uma análise detalhada da situação da empresa, com foco no consumo e, principalmente, na sazonalidade desse consumo, se houver.
Nesse ponto, é importante levar em conta os históricos, bem como as projeções futuras. Com essas informações em mãos, será possível firmar contratos bem ajustados às necessidades da empresa, a fim de evitar que seja necessário efetuar compras complementares não previstas, ou então, vender excedentes de energia.
Escolha bem a sua comercializadora
Outra ação importante é a escolha da comercializadora adequada, além da avaliação criteriosa das condições de contratação. No final de 2022, o número de comercializadoras habilitadas junto à CCEE era de 491, e dentro desse universo existem empresas das mais diversas origens, portes e perfis de risco.
Por isso, é importante avaliar a reputação da empresa, se ela pertence a algum grupo, além de verificar a saúde financeira dessa comercializadora.
Analise as condições
Na hora de fechar um contrato, é necessário comparar não somente os preços, mas também as condições oferecidas.
Pode acontecer de uma proposta ter um valor ligeiramente superior, mas, por outro lado, ela pode ter alguma característica especial (como percentuais de flexibilidade e sazonalidade, ou alguma condição diferenciada de garantia financeira) que trará resultados ainda melhores para a contratante.
Pense a longo prazo
Por fim, para obter bons resultados no Mercado Livre de Energia, o ponto chave é efetuar boas compras de energia ao longo do tempo. Para isso, o ideal é monitorar continuamente os preços no mercado e focar no longo prazo (períodos de 4 ou 5 anos à frente, pelo menos).
Dessa forma, é possível fugir da volatilidade associada ao curto prazo, que é muito dependente das condições de momento (principalmente no que se refere às chuvas e armazenamento dos reservatórios). Períodos muito longos (por exemplo, superiores a 6 anos), por sua vez, podem trazer riscos em termos de inflação.
Saiba como efetuar compras de energia no Mercado Livre
O consumidor precisa seguir os seguintes passos:
• Definir o produto: determinar a quantidade de energia a ser adquirida por mês e o período a ser contratado, além de outras características complementares, como a flexibilidade desejada, por exemplo;
• Selecionar os possíveis fornecedores: avaliar os fornecedores disponíveis e selecionar para uma cotação aqueles que possuem maior solidez no mercado;
• Efetuar a tomada de preços: coletar as propostas dos fornecedores selecionados;
• Compilar os resultados: avaliar cuidadosamente todas as características das propostas, de forma a comparar não apenas os valores, mas todas as características comerciais ofertadas;
• Negociar as propostas: caso os valores ofertados ainda não atendam às expectativas, ou o consumidor deseja alguma condição diferente, é possível chamar os fornecedores para uma rodada final de negociação;
• Assinar a proposta: após o fornecedor ser selecionado, é necessário assinar a proposta, que irá garantir os preços e todas as condições acordadas;
• Assinar o contrato: o contrato de energia será elaborado com base na proposta já assinada anteriormente e irá formalizar toda a operação;
• Receber a energia: a partir da data de início estabelecida no contrato, o consumidor será atendido pela comercializadora escolhida.
Os contratos podem ter a vigência desejada pelo cliente (desde 1 mês até vários anos). No entanto, a extensão desse contrato dependerá sempre do perfil de risco do cliente. É possível também comprar contratos parciais (para atender uma parcela da carga da unidade) em diferentes momentos.
Em resumo, o Mercado Livre de Energia é uma oportunidade para as empresas reduzirem seus custos com energia elétrica e aumentarem sua competitividade no mercado. Para isso, é importante realizar uma análise detalhada da situação da empresa e do mercado de energia, escolher a comercializadora adequada e seguir os passos necessários para a migração.
Posteriormente à migração, é fundamental observar as boas práticas para novas compras de energia. Com essas ações, a empresa terá excelentes resultados com o projeto de migração para o Mercado Livre.
Não perca tempo, fale com um dos nossos especialistas em Mercado Livre de Energia!